arrow_backVoltar

O Espaço é Seu

Uma porta foi aberta para os anunciantes (Sergio Glasberg)

06.01.21

A pandemia de 2020 provocou uma “audiovisualização das nossas vidas. Nunca antes na história usamos tanto o vídeo como hoje, utilizado como ferramenta de comunicação no trabalho, nas relações afetivas, educação, eventos corporativos, entretenimento e informação, não seria improvável que, em um futuro próximo, o audiovisual se torne a maior indústria do mundo. Três das maiores e poderosas companhias tem seu braço no audiovisual: Amazon, Apple e Google.

Hoje, qualquer empresa tem seu departamento audiovisual, nem que esse departamento seja um smartphone que sirva para alimentar os Stories do Instagram de uma confeiteira. Ou mesmo o Instagram @milla.lar.simples da mãe, esposa e dona de casa Milla Santos, com mais de 90 mil seguidores e com patrocínio da Minuano e Lopes Supermercados. Como se tornar relevante como indústria no meio de tanta oferta? E oferta acessível até ao mais solitário dos empreendedores.

No início da pandemia, que afetou enormemente o setor da economia criativa, que faz shows e espetáculos de teatro, podemos ver o florescimento e até o congestionamento de lives nas redes sociais.

A produção teatral, por exemplo, assim como tudo e todxs, precisou se reinventar e peças foram adaptadas para o streaming, atingindo públicos em escala global. Além de adaptações ao formato, outros espetáculos foram criados já na pandemia e para serem encenados e transmitidos, o diretor de teatro Nelson Baskervile esteve à frente de vários deles, com destaque para a adaptação do livro "O Peso do Pássaro Morto", de Aline Bei, patrocinado pela Porto Seguro, "Pós F", de Fernanda Young com Maria Ribeiro e direção de Mika Lins, teve mais de oito mil espectadores em oito apresentações, todas virtuais.

Acredito na permanência dessa mudança, não vai dar mais para pensar em um espetáculo ao vivo sem também na possibilidade de transmissão via streaming. É um novo jeito de consumir dramaturgia.

Dirigi com Mika Lins, no projeto "7 Leituras", concebido e dirigido por Eugenia Andrade para o Sesc São Paulo, a leitura dramática da peça "Navalha na Carne", de Plínio Marcos, e também neste mesmo projeto, fiz toda a coordenação audiovisual. Encenamos Shakespeare, Pirandello, Peter Weiss, Dostoievski e João Cabral de Melo Neto. Tudo feito remotamente, nenhum contato físico entre os atores, cada um em sua casa, editado e sonorizado. O trabalho pode ser visto no canal do YouTube do Sesc 24 de maio.

Essa nova linguagem/arte ou meio de comunicação é uma nova possibilidade para anunciantes atrelarem sua marca. Produtos de audiovisual novos, feitos em lugares distantes e que podem ser vistos por um público ilimitado.

Uma porta foi aberta para os anunciantes, o público de teatro, em sua casa, consome produtos, que podem ser patrocinadores desses eventos.

A cantora Teresa Cristina começou fazendo lives sem nenhum patrocínio e, ao perceber seu sucesso e alcance, a Cerveja Original passou a patrocinar suas apresentações ao vivo.

Afinal, em tempos de muita oferta é fundamental reavaliar a qualificação dos produtos a serem apoiados e observar quais empresas serão pioneiras nesse novo mundo que se abriu.

Sergio Glasberg, diretor de cena de propaganda e entretenimento

O Espaço é Seu

/