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‘Progresso lento’

Publicis refaz previsão de crescimento em 2019

19.07.19

O Publicis Groupe apresentou os resultados do segundo trimestre e do primeiro semestre deste ano. Embora reporte melhora nos números de um trimestre para outro, os dados não são  animadores. O grupo fez uma revisão do desempenho de 2019, apontando uma receita líquida estável. Antes, a holding estimava aumento da receita orgânica sobre 2008 (que exclui o rendimento de operações adquiridas), apesar de não fornecer dados precisos. No ano passado, o Publicis teve crescimento da receita orgânica de 0,8%.

O segundo trimestre teve um crescimento orgânico de 0,1%, retornando ao “território positivo”, como afirmou o CEO e chairman Arthur Sadoun, na apresentação do relatório aos acionistas. No primeiro trimestre, houve queda de 0,3%. O desempenho do grupo na América do Norte, porém, foi negativo, com redução de 1,7% no crescimento orgânico. Isso apesar de conquistas como Fiat Chrysler e GSK, cujos investimentos em comunicação não chegaram a compensar a queda de receita da região, sobretudo nos EUA.

Na América Latina, a queda do crescimento orgânico foi ainda maior: 8,7%. Esse desempenho foi atribuído principalmente à situação econômica de muitos países da região.

Sadoun se queixou do freio nos negócios imposto pela diminuição de verbas dos anunciantes. “Nosso progresso tem sido mais lento devido à contínua redução de fee na publicidade tradicional que continuou a impactar nossas operações nos EUA em torno de 300 bps (pontos-base) no trimestre”, declarou.

O CEO do Publicis reforçou que, na visão de curto prazo, há mais um fenômeno explicando a situação da holding. Se por um lado os clientes estão sofrendo pressões variadas para impor cortes nos budgets e reduzir fees, por outro, disse Sadoun, há a “profunda transformação em que estamos engajados. Ele salientou que, no longo prazo, o modelo de negócios e de organização adotado pelo grupo será uma “força clara”.

Para a segunda metade do ano, Sadoun afirmou que haverá uma melhoria sequencial do crescimento orgânico em comparação ao primeiro semestre. O CEO observou que, como os cortes dos anunciantes não irão mudar, o grupo está adotando uma visão conservadora para o ano inteiro, prevendo uma “receita líquida global estável em bases orgânicas”.

De acordo com ele, “todos estão familiarizados com a disrupção criada pelos dados e pela tecnologia. A necessidade de transformação nunca foi tão forte em nossa indústria. Temos um modelo que nos permite enfrentar esses desafios e investir tanto nos talentos (mais de 150 milhões de euros nos últimos 18 meses) quanto nas expertises do futuro, como Sapient e Epsilon”, assinalou. A aquisição da Epsilon, focada em marketing de dados, foi concluída recentemente, em um negócio de US$ 4,4 bilhões.

Omnicom Group

Nesta semana, o grupo Omnicom reportou queda na receita global de 3,6% no segundo trimestre em relação ao mesmo período no ano passado, um índice aguardado pelos especialistas. Mas, ao contrário do registrado pelo Publicis, a holding teve crescimento orgânico nos Estados Unidos: 3,2%. O desempenho foi de 11,8% no restante da América do Norte.

O CEO da holding, John Wren, atribuiu a queda na receita global a impactos negativos das taxas de câmbio e aquisições feitas no ano passado. Os resultados na receita no segundo trimestre são uma pequena melhora em comparação aos números do trimestre anterior. O Omnicom reportou queda na receita de 4,4%.

‘Progresso lento’

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