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Web Summit 2023

O Only Fans não é apenas isso que muitos pensam

04.05.23

É inevitável pensar em conteúdo adulto quando se fala de Only Fans. Mas a plataforma, que nasceu em 2016, tem outras ofertas de entretenimento que podem surpreender muita gente, como o material produzido por pilotos de corrida e comediantes. Foi o que contou a CEO da empresa, Amrapali Gan, durante o Web Summit Rio, em bate-papo com a jornalista Emma Hinchliffe, da Fortune.

Amrapali, que assumiu o posto em dezembro de 2021 (após ter entrado na empresa como CMO, em 2020), pontuou que o Only Fans é uma plataforma baseada em assinatura destinada para o público acima de 18 anos e que abriga conteúdo de criadores de diferentes perfis. Um de seus pilares mais relevantes é a segurança. Para ver o que é exposto nessa rede social, só mesmo assinando.

Segurança, por sinal, foi uma das palavras que Amrapali mais utilizou. Para que os criadores tenham a liberdade de se expor, seja com pouca roupa ou fazendo comentários mais ácidos em seus perfis, é essencial garantir que esse conteúdo não extrapole as barreiras da plataforma. “Sempre seremos conhecidos por ter conteúdo adulto, algo do qual me orgulho. Mas o mais importante é que a plataforma realmente serve para os criadores se expressarem com segurança e se conectarem com sua comunidade de fãs”, afirmou.

Por outro lado, há uma forte moderação feita pela companhia. Amrapali contou que 80% dos funcionários estão dedicados a essa área. Questionada sobre o uso de IA para essa tarefa, a executiva observou que a tecnologia pode facilitar o trabalho, mas a moderação humana tem a preferência. Tudo é revisado por um humano.

A monetização é também um ponto que chama atenção na estratégia do Only Fans. Afinal, sem conteúdo e sem criadores interessados em utilizar a plataforma, o negócio não cresce. A empresa, dona de um faturamento de US$ 1 bilhão e de uma base de 200 milhões de usuários, tem um modelo que oferece uma divisão de 80/20 em favor dos criadores. É mais do que pagam outras plataformas, em média.

Pagamos mais de US$ 10 bilhões para os criadores desde 2016. Para cada dólar que ganhamos como empresa, os criadores recebem US$ 4. Nosso modelo realmente favorece os criadores”, revelou Amrapali. Como a plataforma não tem publicidade e os usuários não são “pressionados” a seguir outras pessoas, ela salientou que o sucesso da empresa está fundamentado na conexão entre criador e fã. O engajamento, portanto, é o grande motor do Only Fans. “Os fãs engajados estão lá pelo conteúdo que desejam ver e pelo qual estão dispostos a pagar”.

América Latina e Brasil

A comunidade de criadores e de assinantes do serviço da América Latina, e em especial do Brasil, mereceu destaque da executiva. Segundo Amrapli, a região será muito importante para o crescimento da plataforma nos próximos anos. “Vemos oportunidades para os criadores daqui obterem uma maior exposição a uma comunidade global. Também estamos olhando para a Austrália, bem como alguns países-chave na Europa. Estamos em um momento empolgante para os negócios. Estamos olhando para o futuro na América Latina”, disse.

Mesmo com uma crescente participação de desportistas, como os atletas de luta, e também de chefs e comediantes, é claro, que o conteúdo adulto é o chamariz do negócio. A CEO declarou que os criadores com esse perfil que pode conhecer são pessoas muito inteligentes e legais. E citou como exemplo Kazumi, uma das estrelas do Only Fans nos EUA, de quem se tornou amiga.

A jornalista da Fortune lembrou que circulou a notícia de que Kazumi recebe US$ 300 mil por mês da plataforma. Amrapali observou que nunca fala sobre os rendimentos dos criadores, mas comentou que ela está indo muito bem na plataforma. Segundo a executiva, Kazumi sabe planejar seu conteúdo e trabalha com diferentes perfis de fãs. “Há muita estratégia por trás de cada criador a respeito da maneira como usa a plataforma. Digo que cada um deles atua como um CEO. Um CEO de seu perfil”, comparou.

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