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Zippo

A octogenária história do isqueiro que faz qualquer um parecer durão

23.10.14


James Bond manteve um no bolso visando as mulheres. Indiana Jones teve o seu “da sorte”, com um trevo incrustado. Ricky Ricardo sacou o seu em uma festa. E o de Don Draper é a chave para o cara que ele realmente é. O que é este elemento incrível que todos esses grandes homens carregavam secretamente em seus bolsos?



O isqueiro Zippo. Especificamente, o Zippo tradicional, à prova de vento, patente nº 2032695. Há muitas maneiras de acendermos um cigar – opa, desculpe, quis dizer uma fogueira –, mas apenas uma delas dispensa uma nuvem inebriante de “sou um americano descolado” junto com o cheiro de fluido de isqueiro. Não importa quem você é, disse um redator da revista Cracked, “é impossível não parecer durão quando segurando um Zippo”.



E somos muitos. Ninguém tem certeza de quantos Zippos estão aí fora, mas, há dois anos, a empresa lançou sua unidade nº 500 milhões. Há muitas marcas americanas orgulhosas por aí, mas só a Zippo ainda está vendendo um produto assinado que permanece o mesmo desde 1933 – e 2013 foi o maior ano da Zippo até hoje.



Mas o que produz essa 'queimadura' tão constante? Alguns dizem que é o legado. George G. Blaisdell, um petroleiro da Pensilvânia, inventou o Zippo em 1933 depois de assistir a luta desajeitada de seu parceiro de golfe com um isqueiro comum. Hoje, a empresa sediada em Bradford ainda produz 70 mil isqueiros por dia. Talvez seja a garantia de vida incondicional de Blaisdell: “Ele funciona, ou nós o consertamos de graça”, diz um refrão que a empresa ainda canta.



Pergunte ao gerente global da marca, Brent Tyler, e ele vai lhe oferecer um outro bom motivo. “Um isqueiro Zippo é um produto rico em estímulos", disse Tyler. "O estilo simples para os olhos, o som característico da abertura, o cheiro familiar do fluido, a forma dele nas mãos e o gosto... bem, acho que isso depende do usuário”, brinca.



Mas talvez a melhor razão é a que engloba todos os itens acima. Zippo é um dos raros produtos que conferem uma identidade nacional a milhões de indivíduos. Nos 160 países em que Zippo é vendido, nada se refere à América melhor do que... um Zippo. Durante a Segunda Guerra Mundial, o jornalista Ernie Pyle classificou o isqueiro da marca como “a coisa mais cobiçada no exército”. Suas palavras se mostraram verdadeiras quando, uma geração mais tarde, 200 mil soldados carregavam um rifle e um Zippo no Vietnã. Mesmo na selva, os isqueiros sempre acenderam. Um deles, em 1966, parou uma bala.



Hoje, oito décadas depois de George G. Blaisdell vender seu primeiro Zippo, o click característico do isqueiro continua a transformar-se em canções, assim como seu estojo de aço brilhando já apareceu na tela em mais de 1.500 filmes e programas de TV. É triste que nenhum deles lidou com o tempo como um Zippo que apareceu na barriga de um grande peixe no Norte. O pescador, surpreso, puxou o isqueiro.



Artigo publicado por Robert Klara na Adweek


Zippo

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