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Cannes Lions 2016

O que pensam os jurados (Claudia Colaferro)

03.05.16

O Clubeonline apresenta um bate-bola sucinto e objetivo com todos os jurados que irão representar o Brasil no Cannes Lions, este ano.

Acompanhe abaixo o que tem a dizer Claudia Colaferro, presidente da Dentsu Aegis Network América Latina e jurada de Glass.

1. Nome, cargo e há quantos anos comparece ao Cannes Lions.
Claudia Colaferro, presidente da Dentsu Aegis Network América Latina. Participo do Festival desde minha época de cliente. Minha primeira vez foi no início dos anos 2000.

2. É sua primeira vez como jurada neste Festival? Qual a importância deste convite?
É minha primeira vez no júri do Festival. A importância do convite e da categoria Glass para mim é imensa, pois a batalha pela representatividade de gênero é uma bandeira que sustento dentro e fora da empresa por acreditar que diversidade traz riqueza de opinião e pontos de vista, e isso contribui demais em nossas discussões e soluções aos clientes.

3. Como você está se preparando para o julgamento?
Primeiramente, estou cumprindo a “lição de casa”: tenho que revisitar o shortlist e os vencedores da categoria de 2015, ano de estreia desta premiação.

4. Já viu trabalhos, nacionais ou internacionais, na sua categoria ou em outras, nos quais aposta?
Os trabalhos que concorrem no ano de 2016 eu ainda desconheço, estou começando a maratona de estudos agora, mas acredito que "Like a Girl", da P&G, deve seguir como campanha e portanto concorrer nesta categoria.
Também acredito que as desigualdades e injustiças relatadas em casos como do Grand Prix de 2015 “Touch the Pickle”, “The equal pay back project" e “Give mom back her name”, por relatarem crenças muito profundas das culturas e/ou religiões locais, necessitariam estar presentes todos os anos até provocarem profundas mudanças em seus locais de origem.

5. De modo geral, quais suas expectativas em relação ao desempenho do Brasil, este ano, no Festival?
O desempenho no Brasil, devido à crise que estamos enfrentando e à diminuição nos investimentos em publicidade, deve ser inferior, sim, e acredito neste reflexo do momento do país em todas as categorias, não somente em Glass.

6. O Cannes Lions virou um grande Festival, com mais categorias a cada ano e no qual as agências brasileiras investem um grande montante de dinheiro, não só em inscrições, mas também no envio de suas equipes. Você mudaria alguma coisa no Festival, se pudesse?
Olha, gostei muito da ampliação dos conteúdos e apresentações além do Palais. Gostei muito dos temas novos e mais frescos apresentados no formato mais dinâmico do Innovation Lions, ao lado do evento principal. Acho que o Festival deveria trazer muito mais dos temas apresentados e discutidos lá para os palcos principais do Grand Palais e Debussy.

7. Como avalia a qualidade das palestras e a infraestrutura do evento?
Eu acho que está cada vez mais difícil assistir aos grandes temas e seus apresentadores pelo tamanho que tomou o evento. Eu perdi várias apresentações por não ficar horas na fila aguardando o início das mesmas. O Festival definitivamente precisa buscar soluções, mesmo porque ver por telões não é a mesma coisa que estar presente e ver a dinâmica do auditório reagindo às apresentações.

8. O fato de agora haver um grande número de ‘celebridades’ anunciadas dentre os palestrantes te parece um diferencial atraente?
Espero que a presença de celebridades acrescente ao conteúdo da palestra. Somente por estarem presentes não é um diferencial para mim.

9. Recomenda alguma palestra nesta edição do Festival?
Airbnb merece ser visto, assim como cases de nossos clientes, como Mondelez, Coca-Cola e Mattel. Sempre priorizo atualizar-me com as inovações e tecnologias e não posso deixar de indicar as apresentações da Dentsu, da Isobar e do MIT que são aulas “frescas e inspiradoras”. E no tema celebridades, como não escutar o que a Anna Wintour – a editora clássica da Vogue, de “Devil Wears Prada”? Ou um dos nossos mais clássicos músicos, Iggy Pop? Enfim , tem bastante conteúdo a ser digerido lá e depois, no retorno para casa.

10. Algo mais?
O Festival tem outras dinâmicas interessantes, como a troca de informações e opiniões no júri, e estou muito ansiosa por conhecer. Além, é claro, do networking, dos divertidos encontros nos restaurantes, até noite adentro, seja no Carlton ou no Martinez.

Leia anterior com entrevista com Margot Doi Takeda, jurada de Design, aqui.

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