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Igualdade de gênero

Festivais querem banir campanhas sexistas

09.02.17

Primeiro foi o Festival de Cannes. A organização decidiu recomendar aos jurados deste ano que não reconheçam campanhas que reflitam preconceito de gênero. Os membros dos júris irão receber uma orientação antes do início dos julgamentos e, segundo o AdAge, o tom do comunicado apontará que trabalhos que perpetuam conceitos negativos e prejudiciais às questões de gênero ferem a todos. Como critério para definir quando um case inscrito é sexista ou danoso, o festival indicará a empatia. “Use seu coração e sua mente para determinar se a inscrição é aceitável. E se a pessoa retratada fosse você? Ou sua filha ou seu filho, irmão, pai, mãe... você ficaria bem com essa representação?”.

Revelada na segunda-feira 6, a recomendação surgiu como consequência de uma discussão maior em torno da igualdade de gênero na publicidade que o festival vem travando mais recentemente. Mas também ajudou uma petição escrita por Madonna Badger, CCO da Badger & Winters, palestrante do Cannes Lions no ano passado e responsável por uma iniciativa chamada #WomenNotObjects. O movimento conta com um vídeo que mostra como a mulher vem sendo transformada em objeto sexual em variadas campanhas (veja o filme mais abaixo).

O festival de Cannes espera que a indústria capte a mensagem e que não seja necessária uma regra mais dura para combater campanhas que transformam a mulher em objeto ou que agridam outros grupos que sofrem cotidianamente com preconceitos de gênero (leia o artigo original aqui).

Agora é a vez do Andy Awards levantar essa bandeira. Pete Favat, chairman da premiação deste ano e CCO da Deutsch North America, e Gina Grillo, CEO do Advertising Club of New York, organizador do evento, estão pedindo a outros representantes de prêmios da indústria a banir campanhas sexistas. Favat, vale lembrar, é presidente de júri da categoria Film Lions na edição deste ano.

Os dois assinam um comunicado esclarecendo que apoiam entusiasticamente a decisão de Cannes e os esforços de Madonna Badger. Ao afirmarem que a organização está comprometida com a diversidade dentro da indústria, Favat e Gina Grillo chamam atenção também para o que se produz para os consumidores. E pedem que as organizações que respondem pelo One Show, Art Director’s Club, Clio, London International Awards e D&AD se unam nessa proposta para eliminarem “esse problema que impacta negativamente” a indústria da comunicação. E, assim, eles incentivam as premiação a manter essa luta junto com o movimento #WomenNotObjects. “Juntos nós podemos fazer a diferença”, salientam (leia o texto, em inglês, aqui).

 

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