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Cannes Lions

John Hegarty em painel sobre o poder de mudar o mundo

20.06.16

A Sawa (Global Cinema Advertising) reuniu um time de nomes consagrados no painel “The Power of Cinema to Drive Cultural Change” para falar sobre como as histórias contadas em filmes de cinema e propaganda podem impactar positivamente a vida das pessoas e a favor do planeta.

Conversa conduzida por Jason Solomons, crítico de cinema, que contou com as presenças de Sir John Hegarty, fundador da BBH; Claudia Gonzalez, Chief of Public Advocacy da ONU; Lawrence Bender, produtor e ativista; e Seteve Golin, fundador da Anonymous Content, conseguiu, além de inspirar, lançar um desafio aos criativos.

A discussão girou em torno de como o cinema e a publicidade podem ajudar a colocar temas relevantes para a vida das pessoas em pauta, entre eles a pobreza, a falta de água e até mesmo a importância de dar voz as mulheres. Esse, aliás, é o tema da campanha deste ano da iniciativa Global Goals, da ONU, que teve sua estreia mundial na sala Lumiére, do Festival de Cannes. Tendo como trilha a música “Wannabe”, das Spice Girls, o filme de 60 segundos mostra mulheres representadas em diversas culturas e regiões, em cenas movimentadas e clamando por questões como o fim da violência contras as mulheres e igualdade nos salários, entre outras.

Ao final da apresentação, Claudia Gonzalez lembrou que existem 17 metas na iniciativa “Global Goals”, que foi lançada no ano 2000, e que muita gente desconhece a existência desse programa. Ela usou o espaço para fazer um pedido: “Se você tem um briefing insira algo que lembre uma dessas metas em sua história, pode ser um personagem, um cenário, algo que remeta à realidade”, disse Claudia, lembrando que a mesma inteligência que os criativos têm para criar para as marcas pode ser usada para ajudar a melhorar o mundo. Para conhecer mais do projeto use #globalcitizen #globalgoals .

John Hegarty, um dos criadores da campanha “We have a plan”para a ONU, em 2015, chamou a atenção para esse desafio. “Estamos em um mundo onde quase tudo é fragmentado, inclusive as mídias. Criar ideias que sejam significativas para todas elas, é algo muito desafiador”, destaca.

Já Steve Golin, impactou a plateia com a exibição de um filme com belas e impressionantes imagens de seus trabalhos, acompanhadas de uma trilha de tirar o fôlego, com um mix entre conteúdo, propaganda, longa-metragem e shows. Ele foi um dos produtores do filme “Spotlight”, vencedor do Oscar de Melhor Filme em 2016, que conta a história verídica de denúncia na imprensa sobre padres que abusavam de crianças. Para Golin, ao colocar o tema em discussão, muitas pessoas que sofreram algo semelhante tiveram a oportunidade de falar e se ver representado.

Lawerence Bender, poderia ter ficado satisfeito ao produzir ao lado de Quentin Tarantino filmes consagrados, como Bastardos Inglórios, Kill Bill e Pulp Fiction. Mas o produtor mostrou que tem saltada a sua veia de engajamento social e ambiental ao produzir o documentário “Uma Verdade Inconveniente”, ao lado do ex vice-presidente americano Al Gore, lançado há dez anos.

Segundo Claudia Gonzalez, da ONU, se houvesse no mundo mais dez pessoas como Lawerence Bender, ao invés da Organização ter contabilizado 175 milhões de pessoas sofrendo com a falta de água no mundo, provavelmente seriam ‘apenas’ 50 milhões.

Beatriz Lorente

Cannes Lions

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