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Deu na Folha

'A Lei de Nizan e Fischer', por Luís Nassif

23.03.04

"Zeca pagodinho foi transformado no Gerson dos anos 2000. Ambos são ídolos, com toda carga de simbologia que carregam. Gerson, o grande comandante do tricampeonato, o guerreiro que venceu o estigma de amarelar; Pagodinho, a ressurreição do samba, o bom malandro que escorrega, mas sempre volta 'para a minha patroa'.
O primeiro virou símbolo de oportunismo, o inspirador da 'Lei de Gerson'; o segundo ameaça virar símbolo de traição. Ambos foram sacrificados no altar de uma propaganda inescrupulosa, e o que se vê agora é uma rodada de hipocrisia sem paralelo, a ponto de a própria Abap (Associação Brasileira de Agências de Propaganda) fazer um veemente protesto contra Pagodinho, acusando-o de denegrir a propaganda brasileira -como se o publicitário fosse ele, e não Nizan Guanaes (que o tirou do concorrente) nem Eduardo Fischer (que o acusou de 'traíra' em uma campanha nacional)".

Em outro trecho, continua:

"Trinta dias antes do anúncio de venda, a AmBev decide pela campanha inusitada de tirar o garoto-propaganda do concorrente. A operação é de alto risco, por expor cruamente o poder de um monopólio e por colocar em xeque, sem nenhum prurido, a imagem de um ídolo popular. E ainda atropela todo o seu planejamento de marketing - que era não permitir a comparação da Schincariol com a Brahma, mas com a Antarctica".

E, mais abaixo, conclui:

"Toda a celeuma relevante - da venda da AmBev - é substituída pela crucificação de Zeca Pagodinho. Não existe 'Lei de Gerson', assim como não existe 'Pagodinho traíra'. Existe a 'Lei de Nizan', para quem não vê limites para a esperteza; e a 'Lei de Fischer', para quem bate no mensageiro, para não ter que enfrentar seu chefe".

A íntegra do texto, na Internet, só está disponível para assinantes da Folha ou do UOL. Por esse motivo, reproduzimos boa parte do artigo na nota acima.
Abaixo, link da Folha de S.Paulo.

Deu na Folha

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