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Festival do Clube 2016

Para produtores, som binaural é a bola da vez

15.09.16

Simoninha, sócio e produtor da S de Samba, mediou o debate “Inteligência e Estratégia no som: muito além da trilha e do jingle”, que aconteceu durante o Festival do Clube e reuniu Dino Vicente, sócio e produtor da DVMúsica; Beto Coelho, sócio e produtor da Satélite; Lucas Mayer, sócio e produtor da DaHouse; Lucas Duque, sócio e produtor da Sonido; e Edu Luke, sócio e produtor da Hefty.

Simoninha abriu os trabalhos questionando o que os debatedores enxergam como “ir além” do trivial no mercado audiovisual. “Existem milhões de possibilidades hoje. Atualmente, estou trabalhando no show business, na área de curadoria musical, produção de novos conteúdos e webséries que tenham a música entre seus motes principais. É sempre interessante estar envolvido em novas experiências”, começou contando o sócio da S de Samba.

Mayer dividiu com o público sua experiência com o projeto Le Tour Du Monde, em que ele e a esposa deixaram o Brasil para gravar um disco, ao redor do mundo, em som binaural – uma espécie de som em 3D, holofônico, que funciona bem com fone de ouvido, em realidade expandida, e permite que a pessoa ouça não só dos lados esquerdo ou direito, mas ao seu redor, à sua frente, para cima e em outras direções.

Continuei trabalhando à distância em meu estúdio e, ao mesmo tempo, consegui fazer um projeto artístico neste métier, tornando-o referência para a publicidade: quando eu e minha mulher voltamos, fizemos projetos na propaganda que se inspiravam no Le Tour Du Monde, como um trabalho para Samsung, em que eu gravei som binaural na rua (leia e veja aqui). Foi bem interessante trazer inteligência e criatividade para publicidade de outra forma”, ressaltou Mayer.

Todos na mesa concordaram que não existem mais barreiras para se trabalhar globalmente, estando o estúdio sediado onde estiver. “Estamos em São Paulo e podemos atender, por exemplo, a Europa, como a Unicef alemã, para quem fizemos a produção de 'Malak and the Boat' (leia e assista aqui), um filme que foi criado por brasileiros nos EUA. As reuniões eram feitas por Skype. Atualmente, o trabalho remoto não é mais algo diferente, é uma realidade”, destacou Luke.

Já Vicente contou sobre seu projeto sinestésico de live cinema, chamado a.cinema (veja aqui), por meio do qual ele, Rodrigo Gontijo e Sérgio Basbaum manipulam imagem e música em tempo real. “Sinestesicamente, quando os sentidos se embaralham, a gente sente cheiro e ouve um som, prova um aroma e vê uma imagem. Isso tem demandado bastante pesquisa ao redor do mundo”, observou.

Coelho emendou com outro uso do som que ultrapassa o limite das trilhas, o premiado caseSound Lab” (ouça aqui), criado pela F/Nazca para Leica. A agência passou para a Satélite seis fotos icônicas – como aquela da criança vietnamita nua correndo – e pediu para que a produtora de áudio sonorizasse essas imagens, imaginando os dois minutos que antecediam os acontecimentos retratados nas fotografias.

Fizemos um trabalho binaural. Gravamos com a prima da vietnamita, com cubanos, russos, americanos, tudo via Skype. Este é um exemplo de projeto que sai não só da questão de jingles e trilhas, sai até mesmo do formato de publicidade que todo mundo conhece”, defendeu.

Para o sócio da Satélite, o som binaural, que está “linkado” com a chamada VRrealidade virtual – vai estar em tudo a partir de agora. “Todos os trabalhos convergem para isso, tudo deve passar por esse caminho”.

Depois da evolução do mono para o stereo, agora a associação entre imagem e som binaural parece ter vindo para ficar, uma verdadeira revolução na maneira de pensar som e pensar música”, concordou Simoninha.

Duque destacou que, para ir além dos jingles e oferecer inteligência musical, a Sonido lançou a Sonido AMP, braço de conteúdo da produtora. Ele lembrou de um case realizado para o Exército da Salvação, em que a AMP convidou a banda Roupa Nova para ser embaixadora de uma campanha de arrecadação de peças de roupa (leia aqui).

Com a iniciativa, conseguimos engajar a banda, fãs e aumentamos em 66% a arrecadação de agasalhos – lembrando que o projeto não é sobre música. Com a AMP, produzimos muita coisa para publicidade, mas também buscamos amplificar os projetos da Sonido e criar iniciativas em parceria com agências”, completou Duque.

O bate-papo foi muito mais abrangente e você poderá conferir na íntegra assim que forem liberados os vídeos das palestras deste ano. Aguarde.

Valéria Campos

 

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