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Make-a-thon

Diário de bordo – Dia 1

29.04.15

Dezoito profissionais de criação quebravam a cabeça na noite de segunda-feira, 27 de abril, num espaço de coworking na Vila Mariana, em São Paulo. Divididos em duas turmas de nove pessoas, não estavam numa sessão de brainstorming para um cliente específico. Sua meta era usar uma série de materiais sem clara conexão entre si (balões com gás hélio, um astronauta em miniatura e blocos de queijo impressos em 3D, entre outros) para prender um rato-ciborgue atraído por luz numa ratoeira feita de lata de lixo. Eu estava em um desses grupos e – como se vê neste vídeo  – foi tarefa difícil. No final, não conseguimos atingir a meta, mas nos divertimos bastante. E quase chegamos lá. Aprendemos um bom tanto, o real objetivo da atividade.

Meter a mão na massa, além de ganhar noções de programação e prototipagem, é um dos objetivos do Make-a-thon (corruptela entre “make” e “hackaton”), um curso criado por Mauro Cavalletti, André Piva e Pedro Gravena (leia anterior aqui ) para ajudar profissionais do mercado a se familiarizar com tecnologias acessíveis e construir artefatos que materializem boas ideias – a essência de um movimento maior, não restrito à indústria de comunicação, e de grande popularidade fora do Brasil: a cultura “maker”. Como bem resumiu Cavalletti, “fazer é o melhor jeito de inovar”, e essa é a essência deste curso.

A convite de Piva, Cavalletti e Gravena, estou participando do Make-a-thon ao longo desta semana e compartilharei minhas impressões aqui no site do Clube. A noite de segunda, ainda com ares de aquecimento, teve início com surpresa: logo que chegamos, sem conhecer muito bem uns aos outros, fomos convidados a fazer uma apresentação cronometrada de um minuto contando sobre uma coisa que fizemos, um projeto do qual nos orgulhássemos (que havíamos escolhido anteriormente, mas não sabíamos para quê). Escolhi falar de um projeto que fiz durante o mestrado, em 2014, que consistiu em repensar o modelo de serviços de alimentação nos grandes parques de Londres – o que envolveu prototipagem e sair da minha zona de conforto, já que minha experiência até ali se restringia à vida de jornalista.

Depois do susto inicial, tivemos uma apresentação bem bacana da proposta do curso. A ideia é que o conteúdo de cada dia se some ao do outro e, ao final, nós consigamos entregar um projeto com conceito, justificativa e protótipo. Ideia, execução, feedback e (re)execução.

Nessa linha, os dias irão alternar momentos de divergência (em que criamos, propomos, discutimos, tentamos, viajamos no campo das ideias) e convergência (focamos, usamos nosso poder de edição, executamos, entregamos, pomos mais a mão na massa).

À essa explicação, seguiu-se um papo muito inspirador com Janaína Borges, presidente da Contagious no Brasil, que dividiu conosco sua trajetória profissional e as lições de ter deixado o mundo do planejamento tradicional em agências (de mais “pensação”) e partir para estabelecer um negócio no Brasil – o escritório local da Contagious (de pura “fazeção”).

Logo depois do papo com a Janaína, foi a vez de tentar prender o rato – que, como já contei no início desse relato, não foi tarefa fácil. Depois da experiência, fomos apresentados ao briefing que nos conduzirá ao longo dos próximos dias: criar algo a partir do conceito de “o copo que fala”.

Apesar do copo falar, eu vou, agora, fechar o bico e manter surpresa. Fique de olho e nesta quinta trago mais novidades dessa experiência.

 Eduardo Duarte Zanelato está escrevendo este relato a convite dos organizadores do Make-a-thon, que acontece na Casa Galpão, na Vila Mariana

 

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