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O Espaço é Seu

Sabe aquele pré-teste que você sempre odiou? Vai ficar muito pior (ou melhor)

26.03.15

Quem escolhe trabalhar com comunicação normalmente se sente pouco à vontade com exatas. Para os criativos, então, o Excel não é nem instalado no computador. Trabalhamos com intuição, observação e curiosidade. Conforme evoluímos como criativos, melhorarmos nossa capacidade de conectar o que aparentemente não era conectável. Entendemos de gente, de emoção, de conexão.

Criativos normalmente têm pré-conceito quando ferramentas como pesquisa e testes de campanhas interferem no processo criativo. Este pré-conceito não é em vão: quantas vezes vemos uma ideia com grande potencial cair em um focus group, ser reduzida a nada depois de diversos ajustes que os processos globais às vezes se impõem? Eu tenho uma série de restrições a pesquisas e já vivi muito essa situação, porém, depois de uma semana em Austin, volto para o Brasil com a certeza de que as coisas irão mudar. Me diga você no final do texto se acha que será para melhor ou pior, o que te garanto é que muitas mudanças vêm aí para interferir no processo criativo.

O que mais eu ouvi no SxSW 2015 foram as buzzwords big data, data science, business inteligence, predictive marketing, entre outras. Esqueça os nomes e foque no conceito. A partir do momento que a maior parte das interações dos consumidores com nossas campanhas deixa rastros, estes dados podem ser usados na próxima campanha.

Não estamos falando mais de pesquisas qualitativas com uma “amostra” do target – que pode enviesar totalmente o resultado – estamos diante de uma tecnologia em que vemos em tempo real como as pessoas respondem ao que criamos para elas.

O CTO do Mashable, Robyn Peterson, fez uma apresentação com um criativo da 360i, Matt Wurst, chamada Going Viral: The Science of Predicting the Web. Eles mostraram uma ferramenta criada pela Mashable chamada Velocity que tem a capacidade de prever o que irá viralizar na Internet 24 horas antes de acontecer. A 360i usou esta ferramenta na premiada campanha de Oreo (Daily Twist). O fundador do Buzzfeed comentou que todo o processo criativo para os vídeos que eles geram tem como base o feedback do seu público nos vídeos anteriores.

Todas as apresentações sobre o assunto que eu vi foram unânimes: nenhuma tecnologia será capaz de substituir o talento humano, porém os insights gerados por elas podem ajudar muito a continuarmos a conectar marcas aos consumidores.

Por isso, um café ou almoço com o cara envolvido com as ferramentas de analitycs da agência pode ser um bom começo.

Marcelo Tripoli, CCO da SapientNitro

Leia anterior sobre o SxSW aqui.

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