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Think With Google

As marcas estão prontas para a era da assistência?

22.03.18

Os smartphones estão na nossa vida há dez anos. São dez anos impactando nossas vidas e impactando negócios. E seremos ainda mais impactados porque estamos agora na era da assistência. Serviços digitais desse tipo – caso da Alexa, da Amazon, da Siri, da Apple, e do Google Assistant ou Google Assistente, em português – representam um novo patamar na relação das marcas com os consumidores. Ainda mais que eles estão mais exigentes e impacientes, após todo esse tempo de experiência com os celulares inteligentes.

As pessoas estão fazendo mais buscas, que são cada vez mais diferentes. E as expectativas dos consumidores estão altas”, disse Allan Thygessen, presidente do Google Americas, que esteve na quarta-feira 21 no evento Think With Google, realizado pelo Google Brasil, para discutir personal assistant e data-driven marketing com o mercado brasileiro. “A assistência por voz é a nova frente de batalha”, resumiu.

No Brasil, o Google Assistente está disponível desde dezembro de 2016, com o lançamento do Allo, aplicativo de mensagens inteligentes do Google. No ano passado, em agosto, o serviço em português chegou de forma nativa para celulares equipados com Android. Para o iPhone é necessário baixar um app. Na semana passada, o Google anunciou o Assistente para iPad. A empresa não divulga informações a respeito do Assistente no país, mas diz que os brasileiros são usuários assíduos.

A possibilidade de termos respostas bastando acionar um serviço de voz mostra como se sofisticaram as buscas – e a tecnologia por trás disso, claro. Além disso, há outro elemento primordial na relação hoje do consumidor com a marca: é a velocidade. Sobretudo porque o smartphone tem cada vez mais prevalência sobre os demais devices (aliás, muitas vezes, a experiência com os assistentes começa pelo mobile).

O Google informa que os brasileiros passam, atualmente, 89% do tempo em seus dispositivos móveis. E, para dar um exemplo do crescimento das buscas no mobile, pesquisas feitas no celular com a pergunta “onde comprar” aumentaram 250% nos últimos dois anos.

Velocidade conta no ranking

Uma novidade do Google é que a partir de julho seus rankings de busca orgânica vão passar a considerar a velocidade do mobile site. Nesse sentido, há um alerta a ser feito: de acordo com o Google, 53% das visitas a um mobile site são abandonadas se o tempo de carregamento levar mais de três segundos. Qual a média de uma página mobile no Brasil carregar plenamente? 15,8 segundos.

Para facilitar a vida das empresas que pretendem corrigir problemas para carregar seus sites móveis, o Google lança duas ferramentas: o Speed Scorecard e o Calcule o Impacto Potencial de Receita.  A primeira permite a checagem da velocidade do mobile site e faz sua classificação em comparação aos grandes players do segmento em que a companhia faz negócios. A Calculadora de Impacto, por sua vez, estima a quantidade de receitas adicionais que a empresa poderia obter ao melhorar a velocidade da página.

Como Thygessen ressaltou, os consumidores querem experiências que seja úteis, pessoais e sem atritos, sem problemas. Eles esperam que as marcas forneçam informações que tenham utilidade para suas vidas. “Assistência se trata de ajudar pessoas a conseguir fazer algo”, afirmou, acrescentando que um bom serviço digital consegue antecipar as necessidades do usuário. E ele está disponível em todos os pontos de contato com o cliente.

O presidente do Google Americas apontou que a habilidade de as empresas usarem dados irá definir a qualidade da assistência digital. E aí está mais um campo de batalha para as marcas. Porque muitas companhias não têm seus dados organizados. E há estudos que indicam que as empresas data-driven (orientadas para dados) são 30% mais eficientes.

Transformação para o data-driven marketing

Fábio Coelho, presidente do Google Brasil, apontou que as empresas que mais cresceram nos últimos anos foram as data-driven, como Microsoft, IBM, Amazon e Alibaba. Ele ponderou também que, segundo a Gartner, em 2021, ser data-driven será mensurado como ativo das empresas. E lembrou que 90% dos dados disponíveis no mundo foram gerados nos últimos dois anos.

Definir como acumular dados e extrair valor deles será, portanto, uma decisão fundamental para a empresa. Isso quer dizer que, além de saber coletar informações, é preciso ter habilidade para fazer uso desse volume de dados. Coelho questionou quantas empresas tem um Chief Data Officer ou cientista de dados?

O Alibaba foi usado como exemplo de companhia preparada para o mundo data-driven. A empresa chinesa utilizou sua expertise na análise de dados para fazer a personalização de anúncios para o Dia do Solteiro no país. Foram produzidos, por meio de machine learning, oito mil anúncios personalizados por segundo. As vendas geradas nesse único dia foram superiores a US$ 25 bilhões. “Cada empresa tem de correr atrás de seus dados para a personalização”, completou o presidente do Google Brasil.

Uma pesquisa do BCG, feita em novembro do ano passado, na Europa, para verificar em que estágio as empresas se encontram quando se trata de marketing orientado para dados. Das companhias consultadas, 7% se consideram iniciantes, 41%, emergentes e 49% estão conectadas com a estratégia. “Pretendemos replicar esse estudo no Brasil”, contou.

Lena Castellón

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