Final Frontier

O brasileiro Gustavo Karam, até então sócio e produtor executivo do estúdio de animação 2D Le Cube, irá lançar oficialmente em abril uma nova produtora de animação no mercado chinês, a Final Frontier.

Já integram o roster de diretores e estúdios parceiros da casa os brasileiros Daniel Semanas, César Pelizer (atualmente radicado em Londres) e Ariel Costa (radicado em Los Angeles), além do próprio Le Cube (que também tem como sócio o diretor criativo Ralph Karam), bem como o estúdio canadense Wonderlust, os argentinos do NiceShit (que estão em Barcelona), os do Can Can Club (especializados em stop motion), os do 3DAR (de CGI), os espanhóis Mr. Kat & Friends e Tavo (que esteve no Festival do Clube em 2016), além do BleedVFX, com foco em pós-produção.

Gustavo, sócio fundador e executive producer da Final Frontier, promete anunciar, nas próximas semanas, outros profissionais representados pela produtora, oriundos da América Latina, EUA e do Japão.

A Final Frontier contará com uma unidade focada em realidade virtual, em parceria com German Heller, da 3DAR; e outra em música e sound design, específicos para animação. Para a área de áudio, será utilizada a estrutura da Cachorro Loco, produtora de som de Buenos Aires da qual Gustavo também é associado.

Apesar de ainda não ter oficialmente aberto as portas, a produtora de animação já está desenvolvendo projetos para a R/GA Xangai, para a Nike China, Saatchi & Saatchi Xangai e Ritz-Carlton, além de outros trabalhos que não podem ser revelados.

"A escolha de abrir uma produtora de animação em Xangai leva em conta que, nos últimos 18 meses, a Ásia ganhou muito espaço na pauta do Le Cube. Fizemos vários projetos para o continente, incluindo a campanha de Dia das Crianças da Nike com a Wieden+Kennedy Xangai (aqui) e a campanha de fim de ano da Uber com a R/GA Singapura (aqui), já dentro da estrutura de produção da Final Frontier", conta Gustavo.

"O mercado interno chinês cresce em uma velocidade atômica e consequentemente o mercado criativo de publicidade acompanha. Por outro lado, o território continua sendo muito pouco explorado pelas produtoras britânicas e americanas, que dominam o mercado mundial de animação. Por isso a decisão de fundarmos este novo negócio em Xangai", completa.

No Brasil, desde 2017 o Le Cube está associado à Landia (leia aqui). A partir de abril, a produtora sediada em Buenos Aires e que chegou ao mercado nacional em outubro de 2012 (em parceria com a Movie & Art) assumirá 100% da produção executiva do Le Cube no país, enquanto Gustavo Karam passa a se dedicar integralmente à Final Frontier, mantendo-se como conselheiro do estúdio de animação.

A produção executiva do Le Cube ficará nas mãos de Sebastian Hall, da Landia, juntamente com Larissa Miranda e com o argentino Juan Manuel Freire, ambos já integrantes da equipe de executive production do estúdio de animação no Brasil.

"O Le Cube é um estúdio de animação boutique. Hoje, são escolhidos a dedo os projetos que são feitos e queremos continuar dessa forma. Aprendemos com os erros de outros estúdios e produtoras que eram muito boas quando boutiques, mas que ao crescerem se tornaram genéricas e pouco expressivas em tendência e vanguarda", pondera Gustavo. "Criar a Final Frontier em vez de abrir um novo escritório do Le Cube é parte do nosso esforço de manter esse negócio fiel à sua proposta, mas ainda assim realizar um sonho de poder produzir mais e inundar o mercado publicitário mundial com o que existe de mais fresco e trend em animação, motion e FX", completa.