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Cannes Lions 2015

O que pensam os jurados (Emerson Braga)

09.06.15

O Clubeonline apresenta um bate-bola sucinto e objetivo com todos os jurados que irão representar o Brasil no Cannes Lions, este ano.

Acompanhe abaixo o que tem a dizer Emerson Braga, da Revolution, nosso jurado em Pharma, no Lions Health Festival.

1. Nome, cargo e há quantos anos comparece ao Cannes Lions.

Emerson Braga, CCO da Revolution Brasil - Grupo PPG.

Vou a Cannes desde 2006.

2. É sua primeira vez como jurado neste Festival? Qual a importância deste convite?

Sim, é a minha primeira vez. Ser jurado em Cannes é uma conquista diferente, porque não é algo que você busca ou almeja, como um leão. Ocorre de forma natural, como resultado de um conjunto de bons trabalhos na sua trajetória profissional. É um dos maiores reconhecimentos na carreira de qualquer criativo.

3. Como você está se preparando para o julgamento?

Você não vai acreditar, mas hoje eu estou lendo mais as legislações da publicidade médica mundial do que qualquer outra coisa. Em conversas com os meus colegas do júri, umas das coisas mais importantes no julgamento da nossa categoria (Pharma) é colocar na balança o nível de dificuldade que cada país impõe às agências na hora de criarem suas campanhas ligadas à saúde. Por isso, pedimos às agências que mandassem a legislação referente ao trabalho que estão inscrevendo. É mais ou menos entender como você conseguiu usar a criatividade num jogo com regras muito mais rígidas.

4. Já viu trabalhos, nacionais ou internacionais, na sua categoria ou em outras, nos quais aposta?

Já vi alguns trabalhos, sim, mas poucos. Com relação a minha categoria, pude perceber que existem alguns trabalhos consagrados que ganharam leões no ano passado e estão concorrendo este ano em Pharma. Acho que esses trabalhos, se estiverem adequados às categorias, naturalmente têm boas chances. Mas também já vi coisa nova bacana tanto do Brasil como de outros países. A briga vai ser boa.

5. De modo geral, quais suas expectativas em relação ao desempenho do Brasil, este ano, no Festival?

Todos os anos eu espero que o Brasil evolua nas categorias que não têm tanta força. Mas quando vejo o ranking de inscrições, percebo que as agências continuam apostando mais na tradição do press e outdoor. Acho também que, devido à crise, o número de inscrições deve cair um pouco. Mas aí o filtro melhora e devem concorrer ao prêmio apenas as campanhas que as agências julgam ter reais chances.

6. O Cannes Lions virou um grande Festival, com mais categorias a cada ano e no qual as agências brasileiras investem um grande montante de dinheiro, não só em inscrições, mas também no envio de suas equipes. Você mudaria alguma coisa no Festival, se pudesse?

Essa mudança foi algo natural e que até demorou para acontecer: novas categorias, adaptadas às novas mídias, palestras com profissionais de outras áreas, um Festival específico para a saúde. A única coisa que com certeza eu mudaria, se pudesse, é a quantidade de troféus distribuídos. Um único trabalho, por melhor que ele seja e mereça, não deveria ganhar 15, 20 estatuetas. Isso banaliza o prêmio e não é saudável para o Festival. A não ser que seja algo realmente fora de série. Mas até para isso existe uma categoria, a Titanium&Integrated, que premia as ideias mais inovadoras e as campanhas integradas realmente surpreendentes.

7. Como avalia a qualidade das palestras e a infraestrutura do evento.

Tirando aquelas em que o palestrante vai lá só para vender a sua empresa, um grupo ou a si mesmo, em geral a média é muito boa. Com relação à infraestrutura, a organização preocupa-se bastante com isso. Tudo funciona muito bem. Às vezes, há um probleminha aqui ou ali, mas nada que seja tão grave e que comprometa a qualidade do Festival. Ah, sim! Eu colocaria mais computadores com todos os trabalhos inscritos (acho poucos), porque o público geralmente fica muito interessado nas peças expostas e há muito trabalho bom que não entra na shortlist. Ali, você tem uma exata noção de como é difícil ser premiado.

8. O fato de agora haver um grande número de ‘celebridades’ anunciadas dentre os palestrantes te parece um diferencial atraente?

Com certeza é atraente, mas não necessariamente um diferencial. Depende do fato de tal celebridade ter algo instigante a dizer e que seja relevante para o mercado da criatividade.

9. Recomenda alguma palestra nesta edição do Festival?

A do Tim Berners-Lee (criador da World Wide Web), a do Jean-Marie Dru, que vai falar sobre criação disruptiva, e as do Martin Sorrel e Al Gore, sobre o projeto Live Earth. Essas me parecem ser bem bacanas.

10. Algo mais?

Sim; quero agradecer a todas as pessoas que me ajudaram na carreira e que contribuíram muito para que hoje eu possa estar representando o meu país em Cannes. E aproveito o espaço para deixar meu e-mail novamente para receber os trabalhos de Pharma: cannespharma2015@gmail.com.

E desejar a todos boa sorte!

Leia anterior, com a presidente do júri de Mobile, Joanna Monteiro, aqui.

Todas sobre Cannes, aqui.

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