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Cannes Lions 2017

O que pensam os jurados – Gabriel Araujo (Ketchum)

24.05.17

A categoria de PR surgiu no Cannes Lions em 2009 para celebrar trabalhos criativos focados na reputação de marcas, empresas ou organizações. É uma missão abraçada por agências de publicidade e pelas especializadas em PR. No ano passado, o Grand Prix foi para a Forsman & Bodenfors, da Suécia. Em 2015, para o MSL Group de Nova York. E nesta edição, o que esperar?

O jurado brasileiro de PR, Gabriel Araujo, vice-presidente de criação da Ketchum e da Little George, aponta alguns trabalhos que vem chamando atenção pelo mundo, como Fearless Girl, da McCann de Nova York para o State Street Global Advisors (leia mais aqui) e Meet Graham, da Clemenger BBDO Melbourne para Transport Accidente Comission Victoria (premiada no D&AD em PR; veja o vídeo mais abaixo).

No ano passado, o foco do júri foi premiar cases que provocassem reações nas pessoas e que fossem capazes de mudar o negócio, como ressaltou John Clinton, da Edelman, que presidiu o grupo de jurados em PR. O GP de 2016, The Organic Effect, para a rede de supermercados Coop, estimulava famílias a adotar um estilo de vida mais saudável (leia mais aqui e veja o vídeo abaixo).

O Brasil conquistou três Leões no ano passado, um de Ouro – para a FCB pelo case Nivea Doll, para Nivea, e dois de Bronze (saiba mais aqui). Em 2015, foram 2. Quem preside o júri de PR nesta edição é Karen van Bergen, CEO do Omnicom Public Relations Group, dos Estados Unidos. Para saber mais detalhes sobre a categoria, acesse o link do Cannes Lions.

Festival Internacional de Criatividade acontece entre os dias 17 e 24 de junho. Confira a composição de todos os júris aqui.

Clubeonline irá publicar ao longo dos próximos dias entrevistas com os demais jurados do Brasil. Leia o que já saiu: Fernando Machado (Burger King/ Creative Effectiveness), Miriam Shirley (Publicis/ Media), Marcelo Pascoa (Coca-Cola/ Entertainment), Mario D’Andrea (Dentsu Brasil/ Radio), Celio Ashcar (Aktuellmix/ Promo & Activation), Mario Narita (Narita Design/ Design) e Rafael Pitanguy (Y&R/ Mobile).

Para acompanhar o noticiário completo sobre o Cannes Lions 2017, clique aqui.

 

1 – Nome, cargo e há quanto tempo comparece ao Festival de Cannes.

Gabriel Araujo, vice-presidente de criação da Ketchum e da Little George. Há seis anos comecei a frequentar o festival, mas acompanho desde sempre. Acredito que é o lugar certo para vivenciar o que vai ser tendência e ter as melhores e mais relevantes conversas da sua vida. Acredito que o festival tem um fator democrático onde o profissional mais admirado do mercado está disponível para ouvir alguém que está começando e ambos vão tirar dessa conversa um aprendizado valioso que vão aplicar em suas vidas e carreiras.

2. Este ano, júris estão reduzidos, uma decisão para melhorar a qualidade dos debates (de acordo com a organização). Como avalia o papel do jurado? Que desafios ele enfrenta?

Primeiramente, estar no júri do Cannes Lions é uma vitória e uma grande honra. Acho que todo profissional de propaganda sonha em estar lá e ter a oportunidade de ver, do lado de dentro do júri, o que há de melhor na propaganda mundial e, principalmente, o que há de disruptivo e que vai abocanhar muitos Leões. A minha escolha mostra renovação. Sou um criativo publicitário atuando e misturando técnicas da publicidade, com digital e PR e isso tem dado certo. Agora vou poder usar o mesmo critério para julgar. Na minha categoria, o jurado tem que tentar enxergar além do trabalho de PR tradicional, que ficou no passado, na minha opinião, e olhar para os que vão dar o drive de futuro para o mercado, tanto nas ideias quanto na forma de realiza-las. Espero encontrar trabalhos que estão misturando essas técnicas e trazendo as melhores experiências para os consumidores. Afinal, esse é o papel da agência e dos criativos. Em relação à categoria em si, a publicidade está mais madura em alguns pontos e o PR, em outros. Porém, as verbas ainda são muito diferentes. Em publicidade, estamos acostumados a verbas enormes e em PR tive que me acostumar a trabalhar com verbas mais tímidas. Mas aí também está o desafio de ser mais criativo. Com uma verba menor, você tem que ser cirúrgico e fazer acontecer com a ideia, e não com a freqüência com que ela vai aparecer. No geral, espero encontrar uma grande troca de ideias, muito produtiva, para que a gente consiga premiar o que realmente há de melhor na categoria. E, claro, usar muito critério para ajudar o Brasil a ter um ótimo desempenho.

3. O que já conseguiu acompanhar da sua categoria? Resultados em outros festivais? Tendências da área? Campanhas que têm se destacado no mercado, nas redes sociais e na mídia especializada?

Se a gente pensar em termos globais, acredito que Fearless Girl, Meet Graham e a ação de Tide no Super Bowl [Nota da Redação: leia mais a respeito neste texto de AdAge] são ótimos exemplos de como usar o PR como foco primário e colher resultados intangíveis para as marcas. Vejo que um dos problemas na hora de criar para o PR é achar que qualquer coisa vai gerar earned media. Mas não é sorte, é estratégia.

4. O que espera da participação do Brasil no Cannes Lions? 

Acho que o Brasil não tem uma grande performance na categoria. Pelo que tenho visto dos cases, acredito que este ano seja diferente. Tem muita coisa consistente inscrita e que com certeza vai brigar por Leão. Em relação ao Brasil como um todo, acredito que muitos Leões estão por vir. O país é sempre um dos maiores vencedores, foi agência do ano em 2016 [Nota da Redação: a AlmapBBDO conquistou 21 Leões e levou o título do ano passado – leia mais aqui] e tem tudo para continuar o ótimo desempenho dos anos anteriores.

5. Se tivesse o poder de mudar algo em Cannes, tanto na premiação quanto no conteúdo, o que seria?

Em relação ao conteúdo, a entrega do Festival é bem rica. Talvez falte focar mais em outras disciplinas como o live marketing e também o próprio PR, sem deixar o que já é falado de lado, é claro.

Cannes Lions 2017

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