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Festival do Clube 2019

SEGUNDA: Don L, Edgar, Rincon Sapiência, Tassia Seabra e Bia Ferreira, no palco

22.09.19

Segunda, 23, das 13h10 às 14h25, na sala Facebook da Cinemateca.

O que a periferia, que representa a maior parte da população e dos consumidores, precisa dizer ao mercado de criatividade e ao mundo neste momento? Com mediação de Bia Ferreira, atriz e cantora representada pelo Coletivo 22, a palestra “Periferia: Presente!” provocará um debate sobre o tema com a participação dos rappers Don L e Edgar, de Rincon Sapiência, e da produtora cultural Tassia Seabra.

A oportunidade abre janelas para a comunidade criativa “atravessar a ponte”, expressão cantada pelos Racionais MCs que indica a barreira física e psicológica entre o lado central da cidade com o periférico. E compreender como pensa essa imensa parcela da população.

O que a periferia quer é respeito. Queremos condição de vida, poder viver, e não lutar para sobreviver. Quando pensamos nisso, vemos que o Brasil tem a maior população preta e pobre. E entendemos que a periferia é preta em sua maioria”, afirma Bia Ferreira. Ela diz que é preciso pensar sobre esse lugar da periferia, que é um celeiro de talento, onde há culturas e possibilidades. “Mesmo sem recursos necessários, eles fazem acontecer”, emenda. O que a periferia quer, além do respeito, reforça a atriz e cantora, é poder ter recursos para tocar os projetos que produz.

O Coletivo 22 é uma produtora cultural independente que faz a gestão das carreiras de Bia, conhecida por sucessos como "Cota não é Esmola” (veja o vídeo mais abaixo), um canto de resistência antirracista, e Doralyce, de “Miss Beleza Universal”, e a versão feminista da música “Mulheres”.

A força das mulheres da periferia, bem como a visão dos rappers homens sobre isso, será um dos temas do painel, como adianta Bia. "Não tem como falar de cultura periférica sem falar das mulheres que constroem isso há muito tempo. A minha mediação virá ao encontro de pensar em práticas para que esse trabalho na periferia seja feito. E quais são as efetivas funções não machistas que esses participantes do painel têm assumido em seu trabalho.” Afinal, são “três caras do rap” e uma empresária do ritmo no palco, junto com Bia.

Um dos “três caras”, Don L nasceu em Brasília, mas cresceu em Fortaleza, onde fundou o Costa a Costa, grupo de hip hop formado nos anos 2000. Depois dos 30 anos, mudou-se para São Paulo. Seu primeiro álbum solo foi “Roteiro Pra Aïnouz vol.3”, lançado em 2017. O rapper Edgar também tem sangue nordestino. Seus pais são de Pernambuco. Ele cresceu na periferia de Guarulhos e com 16 anos começou a se envolver com produção musical. Em 2018, participou do álbum “Deus é mulher”, de Elza Soares. No mesmo ano, Edgar lançou “Ultrassom”, seu quarto disco.

Rincon Sapiência, que teve seu trabalho "Galanga Livre" eleito melhor álbum nacional de 2017 pela Rolling Stone Brasil, nasceu na Cohab I em Itaquera. Conhecido também como Manicongo, ele lançou no ano passado o selo MGoma (lê-se “em goma” - ou em casa), que visa contribuir para a a valorização da cena musical nacional. Como consta no site do rapper, o selo está conectado com artistas dos extremos periféricos e surge como um “polo de referência da música preta brasileira”.

A produtora Tassia Seabra é mais uma representante do Nordeste. É recifense e comanda a Aqualtune Produções, produtora independente criada em 2017 para “marcar a posição de protagonismo de mulheres negras na cena cultural, fortalecendo artistas da periferia, especialmente mulheres”. Tassia está morando em São Paulo.

O painel dá sequência a uma série de debates promovidos pelo Festival do Clube nos últimos anos que dão voz para a periferia, colocando-a como protagonista. Em 2016, o evento recebeu “Os filósofos da periferia”, com o poeta Ferréz mediando o debate com os rappers Rico Dalasam, Rashid, Crônica e Reinaldo A286 (relembre). Em 2017, foi a vez das “Mulheres da quebrada”, com a produtora Eliane Dias (Boogie Naipe), a cantora Jô Maloupas, a ativista Luana Génot, a slammer Mel Duarte e a designer Regiany Silva (veja como foi). No ano passado, o Festival teve a apresentação “Moda na Periferia”, com Vivian Whiteman, Alex Santos, Dani Gábriél, Evandro Fióti, Gustavo Silvestre e Marcus Rochah (confira), além de um bate-papo envolvendo Emicida e MC Cidinho & Doca, estes, conhecidos pelo hit “Eu só quero é ser feliz”.

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Veja a programação completa do Festival do Clube de Criação 2019.

SERVIÇO


Festival do Clube de Criação
Setembro, 21, 22 e 23 - 2019 - sábado, domingo e segunda-feira
Local: Cinemateca Brasileira - São Paulo - Brasil
Largo Senador Raul Cardoso, 207, Vila Clementino
Ingressos à venda (aqui). Garanta já o seu.
Hosted by: 
Clube de Criação
55 11 3034-3021
Facebook Clube de Criação
Twitter - @CCSPOficial
Instagram - @ClubedeCriacao
Teremos serviço de shuttle para quem quiser estacionar no Hotel Pullman Ibirapuera
Horário
: das 08h30 às 22h30
Trajeto: Pullman / Cinemateca / Pullman
Abertura dos portões e do credenciamento: sábado, domingo e segunda às 9h

Festival do Clube 2019

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