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Festival do Clube 2019

SEGUNDA: Os planos infalíveis de Mauricio de Sousa

22.09.19

Segunda, 23, das 18h30 às 19h35 na sala Globo

A menina dentuça dona da rua e seu coelhinho azul, o garotinho com cinco fios de cabelo que fala “elado” e elabora sofisticados planos “infalíveis”, o outro que não toma banho e a pequena que tem uma fome inversamente proporcional ao seu tamanho são alguns personagens que ajudam a fazer brilhar os olhinhos de crianças – e adultos – desde a década de 1960. Criador da Mônica, Cebolinha, Cascão, Magali e de outros mais de 400 personagens, Mauricio de Sousa, que estará conosco na edição de 2019 do Festival do Clube, não por acaso desenvolveu seu dom artístico para desenhar e se transformar no cartunista de sucesso que se tornou.

Ele nasceu num ambiente familiar no qual pululavam a cultura e a arte, em Santa Isabel (interior de São Paulo), no dia 27 de outubro de 1935. Filho dos poetas Antônio Mauricio de Sousa e Petronilha Araújo de Sousa, Mauricio cresceu sob o cheiro dos livros na cidade de Mogi das Cruzes (também no interior paulista), envolvido pelos inúmeros saraus, eventos musicais e literários sempre presentes em sua própria casa.

Aos 19 anos, em busca de uma vaga para trabalhar como desenhista em São Paulo, acabou aceitando o cargo de repórter policial na Folha da Manhã (atual Folha de S.Paulo). As apurações do jovem Mauricio não só se transformavam em textos informativos, mas também eram ilustrados por ele, que, mesmo abraçando temporariamente o jornalismo, seguia firme no objetivo de viver profissionalmente de seus desenhos.

Sua primeira tirinha diária em quadrinhos foi publicada em 1959, com o cãozinho Bidu e o seu dono, Franjinha. Em 1960, criou Cebolinha e, nos anos seguintes, Cascão e Mônica. Não somente a protagonista da turma foi inspirada em sua filha, mas também diversos outros personagens que foram ganhando vida a partir da imaginação do quadrinista trazem características que remetem a um de seus 10 filhos ou a seus sobrinhos.

Ainda na década de 1960 criou um estúdio, inicialmente chamado de Bidulândia Serviços de Imprensa, e que depois se tornou a Mauricio de Sousa Produções. Em 1970, foi lançada a revista Mônica, com tiragem de 200 mil exemplares. Até 1986, os quadrinhos assinados por Mauricio eram publicados pela Editora Abril. A partir de 1987, migraram para a Editora Globo. Com o objetivo de aumentar o alcance das revistas fora do Brasil, 20 anos depois os títulos passaram para a Panini.

Para além da expansão territorial, os desenhos de Mauricio já vinham ultrapassando fronteiras midiáticas e seus personagens foram, ao longo dos anos, adaptados para cinema, televisão, teatro, internet, games e parques temáticos. A mais recente "fronteira" ultrapassada foi a estreia de um filme ao estilo live-action (com atores interpretando os personagens). Em junho passado, chegou à telona “Turma da Mônica: Laços”.

Baseado na graphic novelLaços”, dos irmãos Vitor e Lu Cafaggi, o longa narra a história do desaparecimento do cão Floquinho, de Cebolinha. Ele tenta encontrar seu cachorro com a ajuda de Mônica, Magali e Cascão. Dirigido por Daniel Rezende, também diretor de “Bingo: o Rei das Manhãs”, e que esteve conosco no Festival do Clube em 2017 (leia aqui), o projeto é uma coprodução da Quintal Digital, Latina Estúdio e Mauricio de Sousa Produções (aqui).

Primeiro quadrinista a ocupar uma cadeira da Academia Paulista de Letras, desde 2011, Mauricio vem desenvolvendo, nos últimos anos, novos personagens que representam crianças com necessidades especiais, como o cadeirante Luca; Tati, que tem síndrome de Down; Edu, com distrofia muscular; Dorinha, que tem deficiência visual; André, com autismo; além de Igor e Vitória, soropositivos. Também recentemente foram criados a garotinha Milena e os integrantes de sua família. Juntos, eles formam o primeiro núcleo de personagens negros entre os protagonistas de Mauricio.

Em julho, a editora Panini lançou no Brasil a primeira edição da “Turma da Mônica Geração 12”, mangá com os personagens de Mauricio reimaginados com 12 anos de idade. A narrativa distópica acontece em uma realidade alternativa, em que o planeta Terra está se tornando um lugar inabitável e o Instituto Astro de Exploração Espacial passa a recrutar alunos para estudar novos planetas que possam abrigar os seres humanos. O título inaugurou o selo Mangá MSP.

Mas não foi com o projeto “Geração 12” a primeira vez que a turminha, conhecida por reunir como protagonistas crianças com cerca de 7 anos, foi reimaginada com uma faixa etária diferente. “Turma da Mônica Jovem” é uma publicação mensal, lançada em agosto de 2008, e faz uma releitura de Mônica e seus amigos como adolescentes. A exemplo da “Geração 12”, esses quadrinhos também se inspiram no estilo mangá. A série chegou aos EUA em janeiro, como “Monica Adventures”, por meio da editora Papercutz.

Com uma trajetória tão frutífera, Mauricio de Souza tem muito o que contar sobre os seus "planos infalíveis", que permitiram que ele completasse “60 Anos de Estrada” - tema da mesa da qual irá participar no Festival do Clube. O cartunista será entrevistado pela pesquisadora de histórias em quadrinhos e de cultura pop japonesa Sônia Luyten e conversará com o público no dia 23 de setembro, a partir das 18h30, na Cinemateca Brasileira.

Leia também: Raimundo Rodriguez, o artista que odeia o desperdício.

Veja a programação completa do Festival do Clube de Criação 2019.

 

SERVIÇO
Festival do Clube de Criação
Quando: Setembro, 21, 22 e 23 - 2019 - sábado, domingo e segunda-feira
Local: Cinemateca Brasileira - São Paulo – Brasil
Largo Senador Raul Cardoso, 207, Vila Clementino
Ingressos à venda (aqui). Garanta já o seu.
Hosted by: Clube de Criação
55 11 3034-3021
Facebook Clube de Criação
Twitter - @CCSPOficial
Instagram - @ClubedeCriacao
Teremos serviço de shuttle para quem quiser estacionar no Hotel Pullman Ibirapuera
Horário: das 08h30 às 22h30
Trajeto: Pullman / Cinemateca / Pullman
Abertura dos portões e do credenciamento: sábado, domingo e segunda às 9h

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