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Mulheres do áudio – Parte 5

Silvanny Sivuca, Pingado

18.03.24

Neste mês de celebração da mulher, o Clubeonline lançou uma série feita com mulheres que criam e/ou produzem áudio no mercado publicitário.

Um número que historicamente sempre foi diminuto, mas que começa a ganhar musculatura e crescer. Que bom!

A entrevista agora é com Silvanny Sivuca, produtora musical na Pingado Áudio, além de ser percussionista, artista, educadora e mãe.

Confira como foram as conversas anteriores com: Gil Viana, CEO da MugshotMônica Agena, produtora musical da Mr. Pink; Elga Bottini, compositora e produtora musical da Capta; e Janecy Nascimento, maestrina, sócia-fundadora e CEO da Loud+.

Clubeonline - Conte brevemente como surgiu sua história com a música.

Silvanny Sivuca - Minha história com a música começa aos 5 anos, assistindo as rodas de samba na minha casa! Aos 14, fui estudar em uma escola de música onde apareceu um universo de possibilidades. Hoje, sou percussionista de artistas como Emicida e do Caldeirão com Mion, ao lado de Lucio Mauro Filho. Sou mestra do bloco Me Lembra Que Eu Vou, produtora musical, empresária e estou com um trabalho recente, fazendo meu show solo! Fui vencedora do WME Awards na categoria melhor instrumentista em 2021 e Prêmio Potências, como melhor instrumentista de 2022. Já fui indicada duas vezes ao Prêmio Multishow, em 2022 e 2023, como instrumentista do ano. Como educadora, desenvolvo um importante trabalho regendo uma banda de um projeto socioeducativo, no extremo da Zona Leste de São Paulo, com o objetivo de transformar a vida de crianças e adolescentes por meio da música.

Clubeonline - Como começou a produzir para o mercado publicitário?

Sivuca - Sempre fiz minhas trilhas musicais (pensando nos arranjos que poderia fazer com os meus projetos), mas com a chegada da pandemia todos nós, artistas, tivemos de nos reinventar. Apareceram as demandas de produção musical e, consequentemente, as para cobrir campanhas publicitárias. Na sequência, veio a oportunidade de trabalhar na Pingado, na qual sou muito feliz por estar em um ambiente com tantas pessoas diversas.

Clubeonline - Passou ou passa por dificuldades, envolvendo por exemplo preconceito, neste universo?

Sivuca - Por eu estar vivendo em uma época mais inclusiva não só na produção musical, não tive nenhuma questão de preconceito. Porém, quando comecei a tocar, sim. Sempre tinha comentários desagradáveis como uma situação que passei durante uma entrevista para uma banda: “você vai aguentar tocar cinco horas com uma mão pequena dessa?” ou também “nossa, você toca melhor que muito homem”.

Clubeonline - Você sente que ainda há poucas mulheres sendo reconhecidas e criando nas produtoras de áudio ou acredita que hoje este cenário mudou?

Sivuca - A diferença é bem grande comparada ao número de homens. Mas acredito que esse cenário vem sido construído com grandes produtoras olhando para um mundo mais inclusivo.

Clubeonline - Dos seus trabalhos feitos para propaganda, quais você destacaria? Por quê?

Sivuca - O de uma campanha para 99, pois falava justamente da quantidade de mulheres que tem carta de motorista e estão nas ruas dirigindo. Isso me pegou muito em saber desse índice baixo. A trilha foi toda construída com orquestra, percussões e vozes. Também teve uma para Skol que pude explorar bem meu lado beat maker mais ritmos do carnaval.

Clubeonline - Fora do universo da publicidade, o que te move? Você está em outros projetos que envolvem música?

Sivuca - Sim, estou com Emicida, Iza, Fafá de Belém e no Caldeirão com Mion. Porém o que me faz levantar todos os dias é usar a música como ferramenta de educação no Instituto Alana, com a Banda Alana, para que assim possam surgir novas meninas e meninos para a música!

Mulheres do áudio – Parte 5

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