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Cannes Lions 2017

O que pensam os jurados – Diego Freitas (Havas Life)

31.05.17

O Festival de Cannes compreende três eventos, além do tradicional Cannes Lions: Lions Health, Lions Innovation e Lions Entertainment. O primeiro foi lançado em 2014. O segundo surgiu como categoria em 2013 e se transformou em festival dois anos depois. O mesmo caminho percorreu o Lions Entertainment, tendo sido redefinido como evento no ano passado (antes, premiava-se Branded Content).

O Lions Health tem duas premiações distintas. Uma para Health & Wellness (para campanhas de educação em saúde e cases de produtos de bem-estar ou que dispensem prescrição médica) e outra para Pharma (produtos de venda controlada por agências de saúde). São categorias desafiadoras porque demandam cumprir regras restritas de mercado. No ano passado, o GP de Health & Wellness foi para a FCB Inferno, de Londres, por “Project Literacy”, feito para o grupo Pearson (mais detalhes aqui). Na categoria, o Brasil obteve um Leão de Prata, para a Fbiz (leia mais aqui). Em 2015, o país se destacou sendo o que mais amealhou prêmios: foram 16 Leões, dobro do obtido no ano anterior.

Em Pharma, outra agência de Londres conquistou o Grand Prix do ano passado: a Ogilvy & Mather saiu-se a grande campeã com “Breathless Choir”, para a Philips (veja mais abaixo as duas campanhas vencedoras dos GPs de Health). Nessa premiação, o Brasil teve um desempenho melhor em comparação a Health & Wellness: um Ouro, duas Pratas e um Bronze (confira os ganhadores). Em 2015 e 2014, o país faturou um Leão, em cada ano. Nesta edição, não há representante brasileiro no júri de Pharma.

O júri de Health & Wellness conta com um representante brasileiro. Diego Freitas, diretor de criação da Havas Life São Paulo, já está dedicando em torno de 15 horas semanais para julgar cases. Segundo ele, o nível está muito acima do que viu nos últimos anos. “Boa parte dos grandes cases de outras categorias também está em Health & Wellness”.

Para saber mais sobre a categoria Health & Wellness, cujo júri é presidido neste ano por Mike Rogers, sócio da Serviceplan Health and Life, da Alemanha, acesse o link do Festival. Já para a categoria Pharma o link é este - quem preside o júri é June Laffey, diretora executiva de criação da McCann Health, da Austrália.

Festival Internacional de Criatividade acontece entre os dias 17 e 24 de junho. Confira a composição de todos os júris aqui.

O Clubeonline está publicando entrevistas com jurados do Brasil. Leia o que já saiu: Fernando Machado (Burger King/ Creative Effectiveness), Miriam Shirley (Publicis/ Media), Marcelo Pascoa (Coca-Cola/ Entertainment), Mario D’Andrea (Dentsu Brasil/ Radio), Celio Ashcar (Aktuellmix/ Promo & Activation), Mario Narita (Narita Design/ Design), Rafael Pitanguy (Y&R/ Mobile), Gabriel Araujo (Ketchum e Little George/ PR), Claudio Lima (Ogilvy/ Print), Roberto Coelho (Satélite Áudio/ Film Craft) e Erh Ray (BETC-Havas/ Film).

Para acompanhar o noticiário completo sobre o Cannes Lions 2017, clique aqui.

 

1. Nome, cargo e há quanto tempo comparece ao Festival de Cannes.

Diego Freitas, diretor de criação da Havas Life São Paulo. Meu primeiro ano em Cannes foi em 2009 com a delegação portuguesa. Fui com amigos numa espécie de carreata organizada pela Lisbon Ad School. Foram dois dias e 1800 km cortando o norte de Portugal,  Espanha, País Basco, os Pirineus até chegarmos a Cote D'Azur. Nos dois últimos anos, consegui estar presente com a Havas e em 2016 conseguimos trazer para o Brasil o primeiro ouro em Pharma.

2. Este ano, júris estão reduzidos, uma decisão para melhorar a qualidade dos debates (de acordo com a organização). Como avalia o papel do jurado? Que desafios ele enfrenta?

Trancar tanta gente diferente em uma sala gelada ao lado de uma das praias mais bonitas da Europa pode não parecer dar bons resultados, mas cases antológicos e importantes temas para a nossa sociedade foram escolhidos por grandes publicitários no passado. A premissa continua a mesma: temos que seguir nossos instintos e consciência para encontrarmos os melhores trabalhos mesmo com diferentes campos políticos, sociais e econômicos. E isso vale tanto para o ambiente em Health como em Pharma.

3. O que já conseguiu acompanhar da sua categoria? Resultados em outros festivais? Tendências da área? Campanhas que têm se destacado no mercado, nas redes sociais e na mídia especializada?

Tenho dedicado cerca de 15 horas semanais para a avaliação dos trabalhos em Cannes. O nível está muito acima do que vi nos últimos anos e boa parte dos grandes cases de outras categorias também está em Health & Wellness. O contrário também já aconteceu no ano passado quando Man Boobs ganhou em outras categorias, sendo fundamentalmente um case de saúde. A fusão dos grandes anunciantes com o mercado Health é a grande tendência para este e os próximos anos.

4. O que espera da participação do Brasil no Cannes Lions?

Espero ver cases brasileiros trazendo os tradicionais Leões em Print e Outdoor, mas também gostaria de ver o Brasil entrando com mais força em categorias como Pharma, Health & Wellness, Mobile e Glass. Temos mercado e profissionais para isso.

5. Se tivesse o poder de mudar algo em Cannes, tanto na premiação quanto no conteúdo, o que seria? 

O preço médio de uma inscrição em Cannes é cerca de 600 euros. O passe para quatro dias fica perto dos 4.000 euros. No final das contas, o peso de Cannes para uma agência brasileira é fundamentalmente diferente de uma dos Estados Unidos. É importantíssimo para o Brasil não perder os melhores profissionais e continuar liderando contas regionais e globais, e estar em Cannes faz parte dessa condição.

Cannes Lions 2017

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