arrow_backVoltar

Clube Conversa

Samantha Almeida (Twitter) em papo com Keka Morelle

14.10.20

O espaço Clube Conversa traz Keka Morelle, vice-presidente do Clube de Criação, em um bate-papo com Samantha Almeida, head do Next, do Twitter. A troca de ideias, que se estendeu por mais de uma hora, aconteceu via Zoom e está no canal TV Clube de Criação.

A dupla abordou diversos assuntos, entre eles um pouco da carreira de Samantha, que assumiu o Next em agosto deste ano, saindo da Ogilvy onde era head of content (leia aqui). Ela contou que costuma se fazer a questão “quais são os próximos passos?”, o que explica um pouco de sua trajetória. Samantha já trabalhou para marca, já esteve em agência, fazendo a ponte entre anunciantes e conteúdo e agora está numa plataforma.

Na Ogilvy, já em sua chegada, sentia que seria um ciclo de muita intensidade em sua vida. Samantha entrou na agência para construir uma área, repensando a função do conteúdo. Em sua visão, o caminho para atuar em uma plataforma seria natural em algum momento, mas 2020 impôs muita velocidade a tudo no mercado. Isso também antecipou um desejo que viria dentro de dois, três anos.

No Next, uma área de planejamento criativo que constrói relações entre os desejos e interesses das pessoas com as marcas – como define –, ela lida com algo em que já se reconhecia. “Eu sou sobre pontes”, declarou.

A conversa versou também sobre o espírito do tempo. Para Samantha, a pandemia confronta certezas, confronta o tempo. “Lidar com o imprevisível talvez seja o novo grande desafio”. Mas, mesmo nesta época incerta, é possível detectar algumas características que vem se estabelecendo. Ela disse que faz parte de uma onda de pessoas que questionam o mundo, que olham a comunicação como ferramenta de transformação.

Se a gente viveu uma época de talentos individuais, em que se tinha ‘o’ grande criativo, não existe mais isso. Ninguém irá ocupar o lugar de um oráculo porque o futuro é cocriado”, explicou.

Segundo Samantha, ainda se buscam salvadores ou talentos que tragam soluções – como se a resposta fosse individual, e não coletiva. Mas os indicadores do mercado e diversas pesquisas demonstram que as apostas estabelecidas há séculos em um mesmo perfil de liderança, de pensamento, de gestão não estão funcionando mais. “Isso não está sendo economicamente viável”, ponderou.

Para Samantha, precisamos construir a partir do que sabemos que não queremos mais. A isso acrescentamos aquilo que nós estamos experimentando. “São dois saberes diferentes para construir o novo”, afirmou. Por outro lado, trazer grupos socialmente minorizados para os lugares não significa que eles terão respostas. “Significa talvez que eles terão novas perguntas. E, a partir disso, provocações que não estavam postas. E das provocações, soluções”, completou.

Ela reforçou esse posicionamento destacando que é preciso voltarmos nossa atenção para a jornada do aprendizado. E só se faz isso colocando gente nova na mesa. “Não vamos aprender coisas novas a partir dos mesmos conhecimentos”.

Em outro momento da conversa, a morte de George Floyd foi apontada por Samantha como o fato que mais a impactou, mais até do que a pandemia em si. Isso porque ela trouxe a morte como possibilidade real. “Ela traz a realidade de todos os dias de uma forma muito presente para as pessoas pretas, principalmente no Brasil, que é um país institucionalmente racista. Entendi que, por mais que eu trabalhe, que tenha cargos, que ganhe visibilidade, nunca serei o suficiente para proteger todas as pessoas pretas que eu amo porque o sistema é muito maior”, disse.

A morte de George Floyd a afetou de maneiras distintas. Primeiro, ela se sentiu mal, depois teve medo. E sentiu a urgência de transformação.

Samantha tem um irmão de 13 anos e de 1m80. Quando conversa com ele, as dúvidas que tem são sobre Free Fire e as complexidades da matemática. Mas quando os dois vão ao supermercado, mascarados, como recomenda a OMS, as pessoas têm medo de seu irmão. Ela teme que o enxerguem como ameaça. Por isso, a urgência de transformação. “A gente precisa construir urgentemente uma sociedade que não tenha medo de um garoto de 13 anos”.

Diante disso, o resumo de 2020 que fará é: um ano de grande despertar e de revisão das urgências. “Eu acredito na transformação coletiva. E estou numa fase de busca de ferramentas para saber como é que a gente vai criar transformações eficientes”.

Isso tudo e muito mais. Vai perder? Nunca!

E não deixe de se inscrever no canal do Clube no YouTube.

Aproveite e espie vídeos anteriores:

Fernando Machado, CMO global do Burger King, aqui.

Danielle Bibas, vice-presidente de marcas, comunicação e cultura corporativa da Avonaqui.

- Daniela Cachich, vice-presidente de marketing da PepsiCo Foods, divisão de Snacks, aqui.

Frank Pflaumer, vice-presidente de comunicação e marketing da Nestlé, aqui.

Ricardo Dias, então vice-presidente de marketing da Ambev, aqui.

Eduardo Tracanella, diretor de marketing do Itaú Unibanco, aqui.

Marina Daineze, diretora de imagem e comunicação da Vivo, aqui.

Fred Battaglia, diretor de brand marketing communication para a América Latina da Fiat Chrysler Automobiles (FCA).

Silvana Balbo, diretora de marketing do Carrefour, aqui.

Eduardo Schaeffer, diretor de negócios integrados da Globo, aqui.

Igor Puga, diretor de marketing do Santander, aqui.

Paula Costa, vice-presidente de marketing da Diageo, aqui.

Alexandre Bouzahead de O Boticário, aqui.

Patricia Pessoa, diretora de marketing & communications da Samsung, aqui.

Fernando Julianelli, então CMO da Mitsubishi Motors, aqui.

Pethra Vargas, diretora global de marketing da XP, aqui.

Fernanda Romano, diretora de marketing e inovação da Alpargatas (Havaianas, Mizuno e Osklen)aqui.

Patricia Santos, fundadora e CEO do Empregue Afro, aqui.

Flavia Verginelli, diretora de produtos e soluções do Google, aqui.

Débora Nitta, diretora de global customer marketing para América Latina do Facebook, aqui.

Eliana Cassandrehead de marketing do Grupo Petrópolis, aqui.

Cris Duclos, vice-presidente de marketing Latam da Electrolux, aqui.

Andrea Alvares, vice-presidente de marca, inovação, internacional e sustentabilidade da Natura, aqui.

- Poliana Sousa, vice-presidente de marketing da Coca-Cola Brasil, aqui.

Clube Conversa

/